Serviço de Utilidade Pública - Lei Municipal nº 5096/2011 de 24 de Novembro de 2011
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José Santos, como era mais conhecido, nasceu em Icó no Ceará. Veio para Campina Grande em 1935 e utilizava-se do pincel e caneta para ilustrar imagens de locais ou monumentos históricos de Campina Grande.

José Raimundo dos Santos

“Seu Santos” morava na Rua Quatro de Outubro (atual Jovino do Ó). Era pai da professora Albanisa, Norma e José (Zé) Santos, este último, supervisor de futebol, nome marcante da história do esporte paraibano.

Edvaldo do Ó, um dos grandes nomes de Campina Grande, fez amizade com José Santos e escreveu sobre o amigo: “Na juventude, morando na Rua Miguel Couto, ia diariamente ao centro da cidade. O percurso era, quase sempre, pela Rua Quatro de outubro, antiga Jovino do Ó, hoje novamente com o nome desse meu avô. Ali, conheci o pintor José Santos, um cearense gordo e tranquilo, há muitos anos radicado em Campina Grande. Trocávamos cumprimentos cordiais, à distância. Por ocasião do centenário, José Santos fez a meu pedido, bicos de pena com base em fotografias de Campina Grande antiga. Em rápido tempo, veio entregá-los em meu gabinete, dizendo que eu fizesse o que bem entendesse com eles. 'Se não gostar, pode até botar fora', foi como ele me disse. Mas tinha a consciência artística de que seriam utilizados, como trabalho de excelente nível”, relatou Edvaldo. Uma dessas imagens é a que pode ser vista abaixo:

Imagem que retrata o antigo cemitério das Boninas no traço de José Santos

O seu desenho da "Loja Maçônica Regeneração Campinense", lhe serviu a comenda "Medalha de Ouro de Honra ao Mérito" daquela importante instituição de nossa cidade.

Bico de Pena retratando a Maçonaria de Campina Grande – José Santos

Edvaldo do Ó também relataria em sua carta, a preocupação de José Santos quanto à educação dos campinenses: “Uma tarde, o artista, em lugar de uma simples saudação, congratulou-se efusivamente comigo, pela ideia das Escolas Superiores. Não podia mandar os filhos estudarem em outros centros”. O que Edvaldo se referia, era a criação da atual UEPB.

Edvaldo do Ó em longa carta, teceu mais comentários sobre José Santos: 

“Quando fui eleito Presidente do Campinense, José Santos vibrou. Acreditou que seria a renovação do Clube. Eu tinha, apenas, 27 anos de idade e passava a dirigir o principal clube da cidade. Contratei-o para fazer a decoração do primeiro carnaval que iria realizar no Campinense. Cheguei a Secretário de Planejamento da Prefeitura. Depois veio a Reitoria da Universidade Regional. José Santos não deixava de me incentivar. Sempre aparecia para um abraço, os parabéns e todas as formas de afetividade.

Quando da Reitoria, Assis Chateaubriand, que gostava muito de Campina Grande, inventou o nosso Museu. E o entregou à nossa Universidade. José Santos me procurou e disse que ia pintar um quadro, para doar ao Museu. Fez o quadro, deve estar lá.

Lembro-me da sua preocupação, ao vir se justificar porque um dos seus filhos estava se insurgindo contra o aumento das anuidades. Pediu que eu tivesse paciência com a juventude e mantivesse a calma, pois o meu esforço seria reconhecido no futuro. Para manter Escolas Superiores em Campina Grande todo sacrifício é pouco - ele me disse. Sem elas, muitos que combatem esse aumento necessário não estariam estudando”, escreveu Edvaldo.

Outra arte de José Santos

Foi devido a sua amizade com Edvaldo do Ó, que José Santos teve a oportunidade de publicar um álbum com seus desenhos, que foram distribuídos com amigos e entidades. Foi um desses álbuns, fruto do arquivo da senhora Zélia de Almeida Figueiredo, viúva de José Cavalcante Figueiredo, já retratado no RHCG, que foi possível a publicação das imagens constantes nesta postagem.




José Santos (in memorian) foi um dos grandes mestres das artes plásticas campinense. Esperamos que esta singela homenagem do Retalhos, ajude no resgate de mais este personagem do passado campinense.  


Fontes Utilizadas:

-Carta de Edvaldo do Ó, fruto do arquivo de Zélia Figueiredo (http://www.facebook.com/zelia.figueiredo.3114) 
-Desenhos em bico de pena de José Santos

Agradecimentos:

Ao ex-vereador João Dantas e a professora universitária Soahd Arruda, na ajuda do resgate histórico.

2 comentários

  1. walmir chaves on 28 de julho de 2013 às 12:00

    A arte é algo muito subjetivo e lógicamente depende da concepção de cada pessoa...

    Conheci, pessoalmente, ao professor José Santos, nos anos 60 quando ensinava pintura no edificio João Rique...

     
  2. Unknown on 3 de dezembro de 2013 às 15:18

    Aiii que orgulho, ele é o meu bisavô :) Eu também gosto de arte, meu ultimo post postei os meus quadro e falei dele também
    Jaja no Natal estarei de volta para Campina Grande <3
    Bjao

     


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